terça-feira, 5 de abril de 2011

Em busca de um príncipe (des)encantado
Um dia pensamos que iremos encontrar o príncipe encantado, aquele que vem em um cavalo branco trazendo uma rosa na mão, com um sorriso maroto, falando da vida... Enchemos os nossos pensamentos com simbologias para adentrar no nosso imaginário de um mundo perfeito. Como se o amor estivesse atrelado a um conto de fadas.

Às vezes me pego a chorar assistindo a um filme com uma história a qual queria para mim... Às vezes não fazemos das nossas vidas um romance perfeito e nos espelhamos naquelas imagens cinematográficas, como se o mundo se resumisse a isso: uma tela em movimento.

Mas nos esquecemos que, horas depois, enxugamos as lágrimas e vemos que o sol nasce quadrado em muitos quintais, e sentimos o passar dos anos sem nenhum sinal daquele cavalheiro ao qual nos tirará e nos levara para vivemos uma linda história de amor... Tudo não passou de uma invenção para uma felicidade ilusória.

Os tempos mudaram, as carruagens se desenvolveram, motorizaram o cavalo e o pintaram de negro, artificializaram as rosas. E o príncipe? Talvez tenha deixado ele partir-se sem perceber que as histórias são outras, contadas por homens e não só para adormecer as crianças. No fundo nós mulheres, nunca estamos preparadas para a chegada de alguém quel mudará o rumo de nossas vidas, porque imaginamos que essas coisas aconteçam da forma como roteirizamos, com um fundo musical perfeito para um encontro almejado.

A verdade é que amamos platonicamente um personagem que inventamos para criar uma historinha a ser contada para nós mesmos. E nos esquecemos de que podemos amar demasiadamente o pipoqueiro, o ambulante, o jardineiro, o andarilho, seja ele quem for, porque para se viver uma linda história de amor não precisa-se de simbologias, mas consiste em olharmos até mesmo as imperfeições e amá-las como se isso fosse o prefacio de um longo livro.

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